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O que é

Conhecer locais sagrados é um dos impulsos mais antigos e universais do homem e diz respeito a uma das necessidades mais profundas do ser humano: o relacionamento com o divino e a busca pela transcendência. Viajar a locais sagrados pode propiciar a conexão com as verdades interiores. Para o peregrino religioso, viajar a locais sagrados é uma oportunidade de autoconhecimento através do encontro com a divindade. Portanto, turismo religioso envolve a visita a locais considerados sagrados.
Viagens a locais sagrados podem significar uma oportunidade para autorreflexão e transformação pessoal. Viajar pode fazer parte de um processo de evolução espiritual. Os locais sagrados podem ampliar a conexão com as verdades interiores.
O sagrado pode estar em um templo, em uma igreja, no alto de uma montanha ou debaixo de uma cachoeira. Mas os locais considerados sagrados, que de alguma forma marcaram a história, inspiram as pessoas que, por este motivo, se dirigem a eles. O desejo de encontro com algo maior é o que leva as pessoas a transitar por lugares onde passaram grandes mestres e personalidades religiosas.
Entre as motivações que fazem as pessoas se dirigirem a locais sagrados podemos destacar: desejo de autoconhecimento; busca de conexão com realidades mais sutis; e sentimento de integração com algo transcendente.
As peregrinações religiosas representam ao mesmo tempo renúncia e salvação. Enquanto percorre caminhos inóspitos, o peregrino pode experienciar que também diminui a distância que o separa de Deus. Em sânscrito, língua com uso litúrgico no budismo e no hinduísmo, peregrinação pode ser traduzido como Yatra e significa jornada de transformação.
No geral, o turismo religioso é formado por
• Peregrinações e romarias;
• Retiros espirituais;
• Festas, comemorações e apresentações artísticas de caráter religioso.
• Encontros e celebrações relacionados à evangelização de fiéis;
• Visitação a espaços e edificações religiosas (igrejas, templos e santuários);
• Realização de itinerários e percurso de cunho religioso e outros.

Histórico

Peregrinação As visitas aos locais sagrados estão profundamente conectadas com a noção de peregrinação. A palavra “peregrino” vem do termo latino “peregrinus”, que significa estrangeiro ou indivíduo que empreende uma jornada. Ela era utilizada para descrever uma pessoa que decidia fazer uma breve visita a um lugar distante. “Peregrinatio” era uma palavra latina utilizada para descrever alguém que vivia fora de sua terra natal por um curto espaço de tempo.

Peregrinus também foi o termo utilizado pela Vulgata — a Bíblia traduzida para o latim por São Gerônimo, em 405 — para se referir às palavras “gur”, do hebraico, e “parepidemos”, do grego, as quais, respectivamente, significam “estrangeiro” e “residente temporário”.

As peregrinações ou visitas a locais sagrados são movimentos que fazem parte da história do homem há muito tempo. Mas o que precisa acontecer para um determinado local se transformar em ponto de experiência espiritual? Melhor: o que torna um destino sagrado?

Em muitos casos, milagres são frequentemente relacionados com esses locais. Alguns deles são santuários naturais, tais como bosques sagrados. Porém, a grande maioria é formada por templos ou santuários dedicados a uma determinada divindade. Também há locais que ganham essa característica por possuírem uma estátua, um símbolo ou até mesmo por objetos sagrados, como relíquias. Tais lugares acabam se tornando destinos de peregrinação e veneração.

Varanasi: uma das primeiras grandes cidades da história universal, Varanasi, na Índia, também é um m dos primeiros locais do mundo a se tornar destino de peregrinos. Por volta do segundo milênio antes da Era Cristã, o local viu surgir a religião e a filosofia arianas. Isso ocorreu quando o reino de Maghada dominou a região.

Nesse momento, a cidade de Varanasi deu seus primeiro passos para se tornar um destino de peregrinos. Depois, na época de Buda (século 6 a.C.), Varanasi era a capital do reino Kashi e já havia se tornado um centro de produção artística, educacional e religiosa, em razão das escolas de filosofia ariana.

Após a morte de Sidarta Gautama, budistas chineses passara a visitar a região, como narra o relato do peregrino Xuanzang (602-664). Depois, em 1194, Varanasi foi ocupada por muçulmanos. Atualmente, essa cidade que fica às margens do rio Ganges, recebe mais de 20 milhões de peregrinos todo ano. Muitos deles visitam o templo Kashi Vishwanath.

Tóquio: Entre os locais que há mais tempo recebe peregrinos, Tóquio está em posição de destaque. O bairro de Harajuku, onde hoje fica o Santuário Meiji, atrai mais de 30 milhões de turistas por ano.

Construído há 100 anos em homenagem ao Imperador Meiji e à Imperatriz Shoken, o Santuário Meiji Shinto é cercado por uma floresta, que muitos consideram sagrada. Porém, o primeiro local que levou peregrinos a Tóquio é o Templo Sensoji. Construído em 628, o local é dedicado a Bodhisattva Kannon, o Buda mais compassivo. Desde sua construção, o templo é destino de milhares de peregrinos.

Lumbini: Segundo a tradição budista e as escrituras sagradas em Pāli, a cidade de Lumbini, no Nepal, foi o local onde teria nascido o Buda, entre os séculos 6 e 4 a.C. É atualmente um dos locais mais sagrados para os budistas, pois teria sido l significativas para a vida e caminho para a iluminação de Buda, o Jardim Sagrado de Lumbini tem sido um centro de peregrinação para os devotos seguidores já a partir do século 3 a.C.

Imperadores e historiadores de terras distantes pagaram seus respeitos a este site santificado e comemorou as suas visitas com a literatura que tem assegurada a passagem do Gautama história de Buda através das gerações.

Lhasa, Tibet: A região que ficou mundialmente conhecida como o “topo do mundo”, o Tibet é o local onde o budismo ganhou uma versão que hoje é conhecida em praticamente todo planeta.

Atualmente, o país é dominado pela China, que o invadiu na década de 1950. Nesse momento, o décimo quarto Dalai Lama foi obrigado a se exilar na Índia. No entanto, atualmente, ele, que não possui mais nenhum poder real no Tibet, continua sendo o líder espiritual de seu povo.

Atualmente, a cidade de Lhasa, considerada território sagrado para os budistas tibetanos, recebe milhares de peregrinos. Muitos visitam os palácios Norbulingka e Potala além dos templos Drepung e Jokhang e dos mosteiros Sera e Drepung.

Jerusalém: Antes mesmo de ser conquistada por Alexandre, o Grande, em 333 a.C, Jerusalém já era uma cidade sagrada para os judeus, os quais habitavam a região desde, pelo menos, mil anos antes de Cristo, durante o reinado do rei David (morto em 962 a.C.).

Depois disso, com a demarcação dos locais sagrados feitos por Helena, mãe do imperador Constantino, em 325. Nesse momento, a cidade ganha força como destino de peregrinos cristãos.

Em 638, o califa Omar I tomou Jerusalém para os muçulmanos. Entre 688 e 691, o califa omíada Abd al-Malik ibn Marwān determinou a construção da mesquita de Al-Aqsa, considerada o terceiro local mais sagrado do islamismo. A famosa construção fica na parte velha de Jerusalém conhecida como Monte do Templo pelos judeus e Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos.

Por esses e outros motivos, Jerusalém é destino de milhares de peregrinos das três grandes religiões monoteístas. Em 1981, Jerusalém foi declarada patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Constantino, o Grande (280-337) Quando o imperador Constantino se tornou o primeiro líder romano e bizantino a adotar o cristianismo, essa fé não só foi aceita como amplamente incentivada dentro das regiões dominadas por suas tropas. Em 325, Constantino chegou a convocar bispos para o Primeiro Concílio de Nicéia.

Encontro ecumênico que tinha a intenção de resolver os inúmeros atritos entre as igrejas orientais e ocidentais. O encontro que teve a presença de 318 bispos decretou, entre outras coisas, a unidade da substância divina, partilhada por três pessoas. Apesar de nunca ter visitado Jerusalém pessoalmente, Constantino foi responsável por uma série de obras na cidade.

Sua mãe Helena, hoje conhecida como Santa Helena, visitou pessoalmente Jerusalém. Foi ela quem determinou, por exemplo, o local da construção da Igreja do Santo Sepulcro, onde, segundo Helena, Jesus teria sido enterrado. Também foi Helena quem determinou, em 333 d.C., o local onde deveria ser construída a Igreja da Natividade, onde Jesus teria nascido. Desde então, tais construções se tornaram destino de milhares de peregrinos de todo o mundo e são intensamente visitadas até os dias de hoje.

Meca: Outra cidade que durante milênios tem sido o destino de milhares de peregrinos é Meca, na Arábia Saudita. Para os islâmicos, ela é o grande destino sagrado. Local onde nasceu o profeta Muhammad (570-632). No entanto, desde antes da criação do Islã, Meca e a Caaba já eram procuradas por peregrinos que adoravam outras divindades.

Chamada de Macoraba pelo matemático Ptolomeu (100 d.C-170 d.C.), além de ser um importante entreposto comercial de caravanas, Meca recebia os seguidores das deusas Al-Lat e Manat. A Caaba, hoje um local exclusivamente ligado à tradição muçulmana, também foi um antigo santuário de outros ídolos antes da criação do islã.

Já, de acordo com a tradição muçulmana, os anjos do céu teriam feito a primeira Caaba, a qual acabaria sendo reconstruída outras nove vezes. As três primeiras reconstrução, segundo essa tradição, ficaram a cargo de personagens como Adão. Depois, Set, o filho de Adão, e, em seguida, Abraão e seu filho com Agar: Ismael.

A vinculação dessa estrutura com tais nomes dá uma ideia da importância do lugar para os muçulmanos. Lá fica a Grande Mesquita de Masjid al-Haram, considerada atualmente o maior centro de peregrinação do mundo.

Roma e Vaticano: Ocupada desde a Idade do Bronze, Roma só se tornou um destino de peregrinação após a criação do império romano, o qual dominaria boa parte da Europa, da Mesopotâmia, da Península Arábica e do Norte da África. Lá existiam templos para deuses como Saturno, Júpiter, Juno, Netuno, Minerva, Marte e Vênus. Com o surgimento da Igreja católica, Roma se tornou central para essa fé no Ocidente. Atualmente, a cidade abriga o menor estado independente do planeta: o Vaticano.

Os milhões de turistas que visitam esse local vão em busca da história da Igreja Católica e da inegável beleza das obras de artistas como Bramante, Rafael, Michelangelo, Maderno e Bernini. Lá estão obras como a Pieta e a Capela Sistina. Tudo isso rodeado pelo gigantismo de Roma, onde é possível visitar locais desde a enorme Piazza San Pedro (Praça de São Pedro) e o Coliseu até a igreja de San Pietro in Vincoli, onde é possível ver o incrível Moisés esculpido por Michelangelo.

Idade Média: Na história do mundo ocidental, essas peregrinações começaram a figurar com maior intensidade no final da Idade Média. A Europa medieval conheceu uma infinidade de santuários. Entre os mais importantes figuravam Roma e Jerusalém.

Um dos mais famosos viajantes medievais foi o judeu Benjamin de Tudela, o primeiro peregrino a alcançar o Oriente, em uma jornada que se iniciou em 1.160 e durou treze anos através da Europa, Pérsia e Índia.

Santuários católicos modernos: Muitos são os santuários católicos que atualmente recebem a visita de milhares de peregrinos. Entre eles, os mais visitados estão:

  • Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México;
  • Catedral de Notre Dame e a Basílica de Sacré Coeur, em Paris; 
  • Catedral de Colônia, na Alemanha; 
  • Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França; 
  • Catedral de São Patrício, em Nova York;
  • Basílica de São Francisco de Assis e a Basílica de São Marcos, na Itália.

No Brasil, o maior santuário católico é O Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, localizado no Vale do Paraíba, no eixo Rio-são Paulo.

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