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Gerais

Wwoof: pé na estrada dos orgânicos

Viajantes recebem comida e hospedagem em troca de trabalho em fazendas espalhadas pelo mundo
Bruno Torres
27/09/19

Viajar gastando pouco é o desejo de muitas pessoas. Leonardo Henrique Freire é uma delas. Aos 24 anos, quando sua companheira recebeu uma bolsa para estudar na cidade de Braga, em Portugal, o psicólogo decidiu unir seu interesse pela permacultura à vontade de conhecer outros países.

Para concretizar essa combinação, Leonardo procurou a World Wide Opportunities on Organic Farms (WWOOF), uma rede que une pessoas que querem viajar a fazendeiros que precisam de ajuda em suas propriedades orgânicas. Em troca de hospedagem e alimentação, os viajantes trabalham de 4 a 6 horas por dia. A jornada e os deveres variam de local para local. Plantar sementes, cuidar de animais, fazer compostagem, colher vegetais e até mesmo fazer queijos, vinhos e pães são algumas das atividades solicitadas.

“A importância dessa experiência para a comunidade que nos acolhe é bem notável. Muitas fazendas pelas quais passei só se mantêm ativas e crescendo cada vez mais graças ao trabalho de voluntários. Eles recebem gente de várias partes do mundo, por isso é sempre um encontro cultural rico, com muitas trocas e aprendizado”, diz Leonardo.

Escritório pelo campo

A WWOOF, que pode ser traduzida para o português como Oportunidades Mundiais em Fazendas Orgânicas, começou em 1971 pelas mãos de uma secretária que vivia e trabalhava em Londres, Sue Coppard. Ela reconheceu a necessidade de pessoas como ela terem mais acesso a áreas rurais para apoiar o cultivo dos alimentos orgânicos.

A consolidação de sua ideia começou com quatro pessoas passando uma semana em uma fazenda biodinâmica em Sussex, sul da Inglaterra. A experiência deu certo e, a partir daí, outras plantações orgânicas se propuseram a receber trabalhadores em troca de alimento e acomodação. Em 2000, a primeira conferência internacional da WWOOF contava com participantes de 15 países.

A organização conta hoje com a parceria de fazendas espalhadas por mais de 50 países, inclusive Brasil. Entre eles, Portugal, Bolívia, Argentina, Tailândia, Índia, Alemanha, Itália, França, Austrália, Israel e Nova Zelândia. O tempo de permanência nas fazendas varia de 2 semanas a 6 meses e pode ser negociado diretamente com o anfitrião.

Psicólogo Leonardo Henrique Freire posa para foto com uma praia ao fundo

6 meses e 7 países

Leonardo Freire passou por 5 fazendas portuguesas em um período de 6 meses. “Como eu tinha o básico garantido - alimentação e estadia - acabei economizando algum dinheiro e, antes de retornar ao Brasil, viajei um pouco pela Europa e conheci outros 6 países: Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Alemanha”, conta o jovem.

A ideia de conhecer novos lugares já é bastante interessante, mas a experiência pode ir muito além. Por não ser um programa de intercâmbio comum, o contato com o cultivo de produtos orgânicos e a valorização de estilo de vida saudável podem trazer novos hábitos. As pequenas transformações colocam em cheque os valores do cenário conturbado da urbanização.

“A experiência representou uma reaproximação com minha essência, com o que há de mais natural em mim, sem grandes interferências do mundo artificial. Não representou o lugar aonde quero chegar, mas representou o caminho que devo seguir”, aponta Leonardo.

Como encontrar as fazendas?

Para decidir seu destino, basta entrar no site da WWOOF e procurar pelo país que você deseja. Caso ele se localize na Ásia, Europa ou África, é necessário se inscrever e pagar uma taxa de £15 para receber informações sobre as propriedades cadastradas. Caso o país-destino fique na América Latina, o cadastro é gratuito.

Foto 1 e 2: Arquivo pessoal
Foto 3: Facebook WWOOF


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