Não é fácil encontrar um tratamento indolor e sem efeitos colaterais para o mal de parkinson. Por esse motivo, a ciência tem pesquisado métodos que possam aliviar os sintomas trazidos pela enfermidade. Alongamentos e treinos de resistência já haviam mostrado bons resultados para o sistema motor dos pacientes. Um estudo divulgado na revista New England Journal of Medicine1 revelou que a prática do tai chi chuan pode atingir melhoras mais significativas nos sintomas da doença.
A doença de Parkinson é caracterizada por uma perda progressiva dos movimentos. Isso ocorrem em razão da degeneração e morte de neurônios que controlam a transmissão dos comandos vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo humano. Por aumentar o equilíbrio dos pacientes e fortalecer a musculatura, a prática do tai chi chuan mostrou-se positiva para o tratamento dos sintomas do mal de parkinson.
O estudo baseou-se na seleção de 195 portadores da doença de Parkinson que apresentavam comprometimento do sistema motor, mas conseguiam andar e ficar em pé. Eles foram divididos em três turmas, sendo que cada uma delas recebeu um programa de atividades físicas: tai chi chuan, treinos de resistência ou alongamento.
As três turmas analisadas na pesquisa frequentaram as atividades físicas recomendadas para o tratamento dos sintomas de Parkinson durante seis meses. Por duas vezes na semana, uma turma frequentou aulas de tai chi chuan; outra frequentou sessões de alongamento; e a terceira participou de treinos para aumentar a resistência física.
Os resultados foram surpreendentes. Conforme os parâmetros estabelecidos na pesquisa, os participantes que fizeram tai chi chuan demonstraram equilíbrio duas vezes melhor do que o grupo de treinamento de resistência e quatro vezes melhor do que o grupo que fez alongamentos. Ao contabilizarem as quedas e os desvios ao longo de trajetos estabelecidos, os pesquisadores contaram números de duas a quatro vezes menores para aqueles que fizeram as aulas de tai chi chuan.
A prática também fortaleceu a musculatura envolvida no equilíbrio, o que resultou em taxas menores de degeneração do sistema motor. Estes resultados são clinicamente significativos porque sugerem que o tai chi, um exercício de baixo ou moderado impacto, pode ser usado como um auxiliar nas terapias físicas usadas atualmente para tratar de alguns problemas-chave no Mal de Parkinson, tais como instabilidade da postura e no andar, comenta o médico Fuzhong Li, integrante do grupo de pesquisadores do estudo.
À medida que a enfermidade avana, um braço ou uma perna podem perder movimentos e os primeiros tremores aparecem. Geralmente, apenas nesse estágio que as pessoas procuram ajuda profissional.
Fotos: Steven Depolo/ Flickr: stevendepolo/ CC BY 2.0; Anna Carol/ Flickr: anna carol/ CC BY 2.0; Luigi Scorcia/ Flickr: saggio cialtrone / CC BY 2.0
Veja também: Tai chi chuan pode melhorar o equilíbrio Vitamina D para doenças autoimunes Exercícios de respiração do Tai Chi Pai Lin