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Não, leite materno não causa cáries

Além de combater a mortalidade infantil, protege o bebê de doenças crônicas, infecciosas e também promove o desenvolvimento sensorial e cognitivo
Da redação
27/09/19

Defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef, a amamentação é a maneira mais econômica e eficiente para combater a mortalidade infantil. Um dos pontos mais polêmicos é sobre a cárie. A informação propagada em alguns sites e blogs de que o leite materno produz cáries não condiz com a verdade. Ao contrário, a amamentação é o ato mais importante na vida de um recém-nascido, pois além de proteger o bebê de doenças crônicas e infecciosas, também promove seu desenvolvimento sensorial e cognitivo.

A criança deve alimentar-se exclusivamente de leite materno, à vontade, até os seis meses e ser amamentada pelo menos até completar dois anos de idade. As recomendações da OMS e do Ministério da Saúde descartam a necessidade de complementar a dieta do bebê com água ou outros alimentos até os seis meses.

Totalmente na contramão, polêmicas que circulam em redes sociais sugerem que o leite materno provocaria cáries na criança e que poderia ser substituído por outro tipo de alimento. Nenhuma pesquisa, no entanto, sustenta essa afirmação. O que os pesquisadores descobriram é que amamentar ajuda a afastar a bactéria responsável pela deterioração dos dentes, além de trazer inúmeros benefícios para a mãe e para a criança

Desde a antiguidade sabe-se que a amamentação evita doenças. Os povos da Babilônia (2.500 a.C) e do Egito (1.500 a.C) tinham por norma amamentar as suas crianças por um período aproximado de dois a três anos com a presença importante de amas de leite.

Foi Hipócrates (460-370 a.C), filósofo grego considerado o “pai da medicina”, quem primeiro registrou os benefícios da amamentação. Ele observou maior índice de mortalidade em bebês que não eram amamentados. Quatro séculos depois, o médico grego Sorano de Éfeso, pesquisou cor, odor, sabor e densidade do leite humano. Eles tinham bons motivos para se interessar.

Mamar à vontade até os 6 meses

Percebe-se que o aleitamento materno tem sido objeto de estudo há séculos. Apesar de as vantagens serem muito conhecidas no meio científico, na comunidade acadêmica e na sociedade como um todo, há ainda quem questione o seu real benefício. Contudo, a recomendação de instituições como a OMS e Organização das Nações Unidas (ONU) é de que o aleitamento materno perdure, pelo menos, até os 24 meses de vida.

A “prática exclusiva” da amamentação “é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos seis meses de vida”, atesta o Unicef. Já o Ministério da Saúde, no Caderno de Atenção Básica nº 23 afirma que, além de não haver vantagens em introduzir alimentos complementares antes do seis meses de idade, pode haver prejuízos à saúde da criança quando isso é feito. A administração precoce de alimentos está associada a:

  • Maior número de episódios de diarreia;
  • Maior número de hospitalizações por doenças respiratórias;
  • Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos;
  • Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco;
  • Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional;
  • Menor duração do aleitamento materno.

Amamentar fortalece sistema imunológico do bebê

Enquanto mama no peito da mãe, o bebê faz um enorme esforço. Usa ao mesmo tempo os músculos responsáveis pelas funções de sugar, engolir e respirar. Tanto exercício promove o crescimento da mandíbula e evita problemas na mordida, dificuldades de fala e respiração.

Testes de quociente de inteligência (QI) confirmam que crianças amamentadas com leite materno têm melhor desempenho em aspectos cognitivos. Outros benefícios da prática são a melhor formação da flora intestinal e do sistema imunológico.

Aleitamento materno
Substâncias do leite materno ajudam a controlar o crescimento de micro-organismos na boca dos bebês

O leite materno contém substâncias que fortalecem o frágil sistema imunológico dos recém-nascidos. Os mais importantes são os anticorpos imunoglobulinas, a proteína lactoferrina e a enzima lizosima. As duas últimas ajudam a controlar o crescimento de colônias de microrganismos na boca.

As cáries são causadas justamente por duas bactérias que se reproduzem sem controle na superfície dos dentes: o Streptococcus mutans e o Streptococcus sobrinus. Esses microrganismos produzem ácidos mais rapidamente do que a capacidade do corpo de neutralizá-los que lentamente dissolvem o esmalte dentário. Quanto mais cedo essas bactérias se instalam na boca das crianças, mais grave se torna a cárie.

Algumas pesquisas mostram que lactoferrina e lizosima são especialmente eficientes no combate ao Streptococcus mutans. Os cientistas ainda não esclareceram totalmente a atuação das substâncias na boca, mas já perceberam que elas desempenham importante papel ao controlar o crescimento microbiano. Isso reduz a chance dos estreptococos colonizarem os dentes.

Quanto maior o tempo que a criança for amamentada, melhor. A lactoferina é a segunda proteína mais abundante no leite humano. Suas concentrações são mais altas no colostro, secreção liberada até 72 horas após o parto, em que estão presentes com 5,0 a 6,7 mg/mL. A concentração cai no leite humano maduro, secretado até os 24 meses, com 0,1 a 2,6 mg/mL.

Chupetas e mamadeiras

Comer doce sem escovar os dentes é um entre os muitos fatores que cooperam para a multiplicação das bactérias cariogênicas, ou seja, que causam cáries. Respiradores bucais, comuns para crianças não amamentadas, chupetas e mamadeiras também tornam os bebês mais vulneráveis a esses micróbios, assim como o uso de alguns medicamentos.

Há também doenças associadas ao surgimento da cárie em crianças pequenas. Entre elas, asma, infecções de repetição, doenças crônicas e falta ou consumo excessivo de alimentos. O leite materno protege a criança de boa parte dessas enfermidades.

É necessário também que a criança diminua o consumo de balas e doces. A sacarose é o alimento cariogênico mais utilizado pelo homem. Ela transforma até mesmo os alimentos que previnem as cáries em sustâncias favoráveis ao seu aparecimento. Por isso, os pais devem tomar cuidado com a comida que oferecerão aos bebês depois dos seis meses de idade, quando o leite materno deixa de ser o único alimento ingerido. Controlar o consumo de doces, mel e alimentos ricos em amido diminui o risco de estragos nos dentes das crianças.

Em tempo: simplesmente expor os dentes à sacarose ou a qualquer outro alimento cariogênico não aumenta o risco de ter cáries. Esses alimentos só representam perigo quando são deixados em contato frequente e prolongado com os dentes. Por isso, boa alimentação quanto a higiene da boca do bebê, conforme orientam os dentistas.


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