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Medicina Integrativa

Crianças podem estar tomando menos vitamina D que o necessário

Pesquisa realizada pela Universidade de Pittsburgh demonstrou que recomendação atual não é capaz de elevar níveis da substância
Bruno Torres
27/09/19

As crianças podem precisar de muito mais vitamina D do que é prescrito nas atuais recomendações. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Pittsburgh. O trabalho apontou que crianças com níveis baixos da substância no sangue não atingiram concentrações ideais mesmo tomando doses bem maiores do que as recomendadas pelo Institute of Medicine (IOM), órgão responsável pelas recomendações de doses diárias nos Estados Unidos.

O principal objetivo do estudo conduzido por Kumaravel Rajakumar, professor de pediatria associado na escola de medicina da universidade, era determinar os efeitos da suplementação de 1000 UI (Unidades Internacionais) por dia de vitamina D em uma série de marcadores sanguíneos, em crianças brancas e negras com faixa etária entre 8 e 14 anos.

Antes da pesquisa, as crianças apresentaram, em média, níveis de vitamina D abaixo de 20ng/mL (especialmente as negras). Após a suplementação por seis meses, apenas 14% dos participantes conseguiram elevar seus índices para acima de 30 ng/mL, enquanto 39% permaneceram abaixo de 20 ng/mL. Os demais marcadores pesquisados mantiveram-se inalterados em sua maioria.

“A deficiência de vitamina D é comum no nordeste dos EUA, especialmente em crianças negras cuja pele mais escura tem maior concentração de melanina, suprimindo a absorção de luz ultravioleta necessária para ativar a síntese de vitamina D na pele”, explica o autor da pesquisa.

Até algumas décadas atrás, a vitamina D era considerada importante apenas para o metabolismo do cálcio e a saúde dos ossos. Estudos mais recentes tem demonstrado, no entanto, que ela desempenha funções importantes em diversos outros órgãos do corpo humano, como cérebro, coração, estômago e pulmões, e que níveis adequados podem prevenir uma série de problemas de saúde.

Polêmicas

O exame correto para medir a vitamina D no sangue é o 25-hidroxivitamina D, também conhecido como 25(OH)D3. As recomendações dos níveis sanguíneos adequados de vitamina D, porém, variam bastante e evidenciam a necessidade de pesquisas mais conclusivas na área. Um nível de 20 ou mais nanogramas por mililitro (ng/mL), por exemplo, é considerado adequado pelo IOM, a principal referência para médicos e associações, enquanto a Endocrine Society recomenda níveis acima de 30 ng/mL. Para a Grassroots Health, que reúne cientistas e instituições ligadas à vitamina D, os índices ideais deveriam ser elevados para além de 40 ng/ml.

Recentemente, um artigo publicado na revista Nutrients alegou que o cálculo utilizado pelo IOM para determinar a quantidade diária recomendada de vitamina D estava completamente equivocado. Segundo os autores, o correto seria realizar a reposição com 8.895 UI, quase 15 vezes mais do que a recomendação atual.

 “Nossas descobertas sugerem que a dose diária recomendada atualmente de 600 UI pode ser inadequada para prevenir a deficiência de vitamina D em crianças”, afirma Rajakumar. Para ele, pode ser importante revisar estas recomendações, “especialmente uma vez que a dose mais elevada de vitamina D utilizada neste estudo é segura e não pareceu provocar quaisquer efeitos colaterais".

Foto 2: girlliuxia / Pixabay: girlliuxia / CC BY 2.0; Javcon117* / Pixabay: In the sun / CC BY-SA 2.0


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