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Arte e mobilidade nas ruas de Curitiba

Grafiteiro Thiago Syen colore as ruas da cidade com figuras inspiradas na liberdade que sente ao pedalar
Bruno Torres
27/09/19

Arte com mensagens em defesa da mobilidade, esse é o recado que Thiago Syen, grafiteiro e ciclista de Curitiba, procura deixar com suas obras espalhadas aos quatro cantos da capital paranaense. “Tenho 32 anos e comecei a pintar em 1997, através da pichação” conta o artista. Segundo ele, ainda nos tempos de escola, odiava as aulas de arte e somente quando conheceu o grafite passou a se interessar por esse universo.

"Ocupar as ruas é necessário, seja fazendo arte, pedalando, fazendo música, andando, dançando", diz Syen

As imagens de Syen retratam objetos do cotidiano, são inspiradas principalmente na liberdade que sente ao viajar de bicicleta pelas ruas e estradas brasileiras. “Meus desenhos surgem também sobre o que estou pesquisando no momento. Além disso, a literatura, a música, a tatuagem e o cinema me influenciam bastante”, comenta o ciclista. Syen pontua que a bicicleta provoca nele sensações semelhantes de quando produz seus grafites em razão de estar em contato com a rua e a cidade.

Grafite de Thiago Syen

O artista se inspira também nas belezas do mar. A obra acima foi feita na cidade litorânea de Antonina, Paraná.

“O lance com a bicicleta e o grafite vem de longa data”, comenta o grafiteiro. “Quando saio para pedalar pela cidade ou por estradas, tenho uma sensação muito parecida de quando estou pintando na rua”, relata. Syen conta que nesses momentos é possível ver e sentir muitas coisas. O artista coloca essas impressões da cidade e das pessoas, baseada na peculiar maneira do artista de ver o mundo a partir de sua bicicleta.

O grafite de Curitiba

A cena do grafite no Brasil está, cada vez mais, sendo reconhecida como uma forma de expressão artística fundamental para tornar as cidades lugares mais humanizados. O artista conta que em Curitiba a população demonstra interesse e aceitação por esse tipo de manifestação. “Sempre que pinto acontecem conversas com transeuntes e vejo que as pessoas se interessam”, completa.

“Aqui não é diferente do que acontece nas outras cidades do mundo, as pessoas estão ocupando um espaço que é de direito de todos: as ruas” comenta Syen sobre o cenário do município quando comparado com outros grandes centros do país.

Estar na rua é resistir

“O grafite acontece nas ruas, onde todos podem ver, criticar, elogiar, alterar. Ao estar nas ruas essa arte faz parte da cidade e pertence a todos” comenta. Segundo Syen, para que seja grafite é preciso estar nas ruas e isso faz com que se trate de um ato de resistência, pois é um tipo de expressão que ocupa os espaços públicos e proporciona às pessoas a oportunidade de fazer intervenções na cidade.

Grafite de Thiago Syen, Felas e Olho

A arte acima em parceria de Syen com outros grafiteiros. O primeiro desenho é do Felas o segundo do Olho.

“Como já falei, ocupar as ruas é necessário, seja fazendo arte, pedalando, fazendo música, andando, dançando. Acredito que com as pessoas nas ruas a interação com o meio acontece quase que de forma automática”, ressalta.

Grafite de Thiago Syen

O mural cheio de cores feito na cidade de curitiba leva as assinaturas de Thiago Syen e Bruno Romã

Syen conta que já participou de diversas exposições com gravuras, desenhos e pinturas e ele vê a presença das características do grafite nas suas obras fora das ruas. "O grafite não é uma técnica, mas posso incorporar seus elementos em trabalhos em galerias e museus, mas nem por isso será um grafite, pois para que seja, deve estar nas ruas", completa.

Fotos 2 e 5: Dayana Luiza

Saiba mais:

Paulo Ito e o grafite que incomoda

Grafite: arte, rebeldia e patrocínio

As mil cores da cidade maravilhosa


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