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Boécio

O que é

A filosofia boeciana procura unir as tradições filosóficas dos antigos: o idealismo platônico, a materialidade aristotélica e a moral do estoicismo. É nessa tentativa que busca fundar os desígnios da fé e do cristianismo.
• O problema da forma e da matéria perpassa toda a filosofia de Boécio, procurando explicar a relação entre Deus e natureza, a relação entre o universal e o particular, liberdade e necessidade, tempo e eternidade.
• Do ponto de vista do cristianismo, o problema é posto no conflito entre o sumo bem e o pecado, se o homem é livre ou não para deliberar e querer.
• Boécio foi uma importante fonte de divulgação do pensamento antigo, com muitas traduções de textos clássicos. Também foi um dos pilares da filosofia cristã que comumente chamamos de “medievalista”.

Origem do nome

Boécio (480-524) é um sobrenome romano, de Ancio Manlio Torcuato Severino Boecio (em latim Anicius Manlius Torquatus Severinus Boethius).

Criação

A filosofia de Boécio pode ser vista como uma tentativa teológico-cristã de resolução metafísica à problemática da filosofia grega entre forma e matéria, universal e particular.

A principal estratégia boeciana está em articular a idealidade das formas puras da filosofia de Platão e a noção de realidade que decorre da compreensão de matéria de Aristóteles.

A isso se soma a compreensão estoica, racionalizada da realidade. O caráter cristão de Boécio está na tentativa de explicar a ideia de Deus nesse vínculo entre natureza e mundo suprassensível, entre o tempo do homem na natureza e a eternidade divina. Ambos os domínios estão vinculados em uma relação de causalidade, estendendo-se por todos os elos da cadeia.

O conhecimento limitado do homem sobre essa cadeia causal é o que o leva ao erro e ao pecado. A fé estaria nessa mobilização do desejo para uma compreensão adequada da natureza e de sua essência.

A religiosidade é o elemento que une o conhecimento do mundo ao conhecimento metafísico que o ultrapassa e que serve como guia e orientação para o exercício da ciência, como as matemáticas, a música e o conhecimento filosófico.

Histórico

As traduções dos antigos: A inserção de Boécio no mundo da filosofia tem início na sua recepção do pensamento antigo clássico. No início do século 6, ele começa o projeto de traduzir os clássicos da filosofia antiga, construindo um corpus de traduções dos chamados medievalistas.

Participação na política romana: Em plena queda do regime de Roma, Boécio ocupou cargos políticos a partir de 510. Tornou-se questor e senador, momento em que foi convocado a tratar dos temas da ética e da política envolvidos na relação entre cristianismo e legislação de Estado.

Consolidação de sua filosofia: A filosofia boeciana consolida-se como uma das principais fontes do legado medieval entre 510 e 524. São 14 anos voltados para a análise da relação entre as questões filosóficas e os problemas práticos de Roma.

Legado filosófico e musical: Os estudos temáticos de Boécio deram muita contribuição ao universo medieval e moderno. Certamente o legado musical é um dos mais lembrados, deixando rastros em músicos e musicistas contemporâneos até mesmo nos séculos 18, 19, 20 e nos dias atuais.

Atualidade

Fonte de estudos cristãos: Até a atualidade o pensamento de Boécio é ensinado nas universidades, centros de estudos e mosteiros com tradição católica e que visam à formação de seminaristas.

Diálogo com a ética contemporânea: O problema da ética e da felicidade (eudaimonia), em que encontramos em Boécio um esboço na sua obra A Consolação da Filosofia, há uma sugestão de que a busca pelo bem, a felicidade pelo caminho do agir ético. A ideia de uma felicidade e o interesse pessoal é essencial aos dias atuais, onde a ética é vista como algo externo e hostil ao próprio sujeito, em que toda argumentação racional parece não conseguir convencer as pessoas a agirem eticamente.

Influência musical: Um grande legado que pode ser desfrutado até os dias de hoje é o De Institutione Musica de Boécio, preciosidade filosófica que alia um pensamento filosófico aos conhecimentos musicais específicos.

Na prática

Encontramos dois aspectos práticos da filosofia boeciana:

1) Sistematização matemática – Trata-se de uma filosofia que busca no exercício matemático uma forma de conhecimento em si mesmo que transcende a natureza. É o prenúncio cartesiano do método e do rigor aplicados à filosofia.

2) Musicismo – A filosofia de Boécio é uma estudiosa compreensão física da música, o que requer uma exercitação não só da prática instrumental mas do estudo dos sons na prática, com experimentos que visem à comprovação teórica.

Principais nomes

Boécio (480-524): Filósofo, poeta latino e político do último período romano. Representante de uma filosofia com muito ecletismo, sendo um dos fundadores da filosofia cristã do Ocidente.

A biografia de Boécio é marcada pela turbulência da vida política a partir dos 30 anos de idade do filósofo. No ano de 510, foi nomeado questor e depois cônsul, período que o fez ser um dos homens mais ilustres de sua época, apreciado dor figuras como Casiodoro e Ennodio.

Por muito tempo teve o afeto e o reconhecimento de sua cultura. No entanto, um episódio marca drasticamente o seu percurso: em Verona, ante Teodorico, Boécio viu-se envolvido em uma acusação de traição e foi encarcerado em Pavia, onde foi executado em 23 de outubro de 524.

Considerada uma injustiça de cunho político, sua morte contribuiu para dar um caráter religioso à figura de Boécio, com honras que o qualificam como mártir e santo. Prova disso é a existência de um culto local dedicado a Boécio na Itália, reconhecido pelo Papa Léon XIII, desde 1883.

Como personagem político, Boécio ganhou destaque na história da Itália por seus intentos de estabelecer um acordo de unidade entre romanos e godos. Boécio era possuidor de uma ampla cultura. Conhecedor exímio dos gregos, tentou criar um grande centro intelectual, onde pretendia traduzir todas as obras de Platão e Aristóteles, e de nomes como o de Porfírio.

Tinha com isso o intuito de dizer que ambas as filosofias são mais próximas do que se poderia supor. Das traduções e comentários feitos por Boécio, destacam-se: os Primeiros Analíticos, as Categorías, o De interpretatione e outros textos lógicos de Aristóteles (509-10).

Isagoge de Porfírio (509-10). Helenista de educação, Boécio é considerado um pensador cristão, um intelectual religioso. A sua obra mais conhecida, Da consolação pela filosofia [De consolatione philosophiae] (524), compreende 5 livros que foram escritos no cárcere. É uma vasta teodiceia que revela os problemas de que sua filosofia tentou tratar, ao conciliar a idealidade platônica e a materialidade aristotélica: o mundo, entre Deus e o homem, o mal e a ideia de felicidade, o livre-arbítrio e a justiça divina.

Sua obra, ao lado da Bíblia e da Suma Teológica de São Tomás de Aquino, foram as obras mais lidas e que marcaram o chamado período medieval.

Outras visões

Filosofia grega: Platonismo e aristotelismo fazem parte do pensamento de Boécio, mas não são dotados do viés cristão de sua obra. É preciso ter em mente que as traduções e o manejo dos conceitos clássicos – por exemplo de Ideia e de Matéria – estão inseridos em uma tentativa de sistematização da filosofia grega antiga.

Estoicismo: Da escola estoica, sobretudo de Sêneca, Boécio herda conceitos fundamentais e que depois seriam repercutidos na temática da filosofia medieval e inclusive moderna, como os conceitos de lei natural, de destino e de providência para pensar a ideia de liberdade frente às adversidades do mundo natural.

Agostinianismo: Escola oriunda do pensamento de Santo Agostinho e que se opõe ao pensamento boeciano, sobretudo na importante temática cristã do livre-arbítrio.

Enquanto os agostinianos tentaram elaborar um pensamento a partir da iluminação da vontade humana pela graça, o pensamento de Boécio torna complexa a ideia de que o homem é livre.

Ramificações

Não encontramos escolas características do pensamento boeciano, mas encontramos um rastro: A Escola de Toledo

No século 17, surgiu em Toledo a primeira escola espanhola de tradutores do árabe para o latim. Essa escola foi fundada por Don Raimundo, monge beneditino nascido em Agen, no sudoeste da França, e que foi arcebispo de Toledo de 1126 a 1151.

Convencido da importância da obra dos filósofos árabes para a compreensão de Aristóteles, ele decidiu traduzir suas obras para o latim.

As obras de Boécio e suas traduções estiveram posteriormente ligadas a essa escola.

Principais obras

A Consolação da Filosofia [Consolatione Philosophiae] (524) – É sua obra mais famosa, escrita durante o seu cárcere, e tida como a obra mais importante e influente no Ocidente na época medieval e no início da época renascentista.

Trata-se de uma vasta teodiceia, composta de cinco livros, contendo uma reflexão intimista sobre a natureza da felicidade humana e sobre o problema do mal, contendo discussões clássicas sobre a providência, o destino, a sorte, sobre a aparente incompatibilidade da presciência divina com a liberdade de deliberação humana, a questão do mal e da justiça divina.

Como fora escrita no período em que Boécio estava integrado aos altos poderes de Roma, sob as ordens de Teodorico, esta obra reflete como o mal pode existir em um mundo governado por Deus (problema da teodiceia), e sobre como a felicidade pode ser alcançada no meio de fortuna volátil.

Apesar de possuir referências a Deus, a obra não é estritamente religiosa. Uma ligação é muitas vezes assumida, embora não haja referência a Jesus Cristo ou ao Cristianismo, ou a outra religião específica, para além de referências oblíquas a escrituras paulinas, como a simetria entre as linhas que abrem o capítulo 3 do livro 4 e a passagem na Primeira Epístola aos Coríntios, 9:24.

Deus é, no entanto, representado não apenas como um ser eterno e onisciente, mas também como fonte de todo o Bem.

De Hebdomadibus (final do século 5) Obra que inaugura uma nova etapa na metafísica ocidental, com a criação do modelo semântico e do vocabulário que se tornará dominante na escrita da filosofia medieval.

É uma obra que elabora e indica o vocabulário que fará parte do quadro conceitual metafísico em seus outros escritos. Do ponto de vista da temática, este tratado procura analisar as regras que permitem compreender como as demais substâncias do mundo podem ser boas se elas não se enquadram como uma substância única, no sentido pleno do conceito.

Assim, esta obra é o primeiro grande passo de Boécio para pensar o problema da relação entre o bem e a substância, entre o mundo sensível e o suprassensível, construindo o escopo para pensar a liberdade possível na relação entre homem e Deus.

De Trinitate (início do século 6) – Neste tratado Boécio expõe o dogma católico sobre a Trindade a partir da análise sobre o problema de como algumas substâncias podem ser boas e outras não.

Com este mote trata da cognoscibilidade da essência divina pelas forças da razão humana, assim como das relações entre ciência e religião, entre filosofia e teologia. Neste opúsculo Boécio assinala também o nascimento da Escolástica, em um método que iria marcar por quase mil anos o pensamento ocidental e, séculos mais tarde, consubstanciar-se em sua mais importante instituição educacional: as Universidades.

Mais que os aspectos formais ou metodológicos, vale-se do instrumental aristotélico para a análise do conteúdo da fé, em que Boécio lança conceitos e teses fundamentais que viriam a influenciar São Tomás de Aquino, que não só se apoiou em teses boecianas para escrever o seu próprio tratado sobre a Trindade da Suma Teológica, mas também compôs um importante comentário ao opúsculo trinitário de Boécio.

Fontes e inspirações

Platão (428/427 a.C.- 348/347 a.C.): Boécio incorpora elementos da filosofia platônica, como a noção de ideias puras destacadas da matéria. Denomina essas formas como “formas verdadeiras” e como “formas em si mesmas”.

Para ele, delas derivam “as formas materiais”. É também de Platão que Boécio herda conceitos fundamentais como o do eu universal, a ideia de Deus, a concepção de felicidade e a ideia de “participação”.

Não se trata, portanto, de considerar que haja em Boécio um puro platonismo, uma vez que a universalidade suprassensível das formas puras precisa estar imbricada ao conceito aristotélico de realidade material.

Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.): Boécio também procura um realismo moderado para lidar com os universais da compreensão aristotélica do mundo. Ele vai ao encontro de formas que se combinem à matéria para produzir corpos que ele denomina como “imagens”, as quais Boécio remete diretamente à noção de “substâncias corpóreas” da lógica e da filosofia natural do mundo aristotélico. Aristóteles foi quem introduziu na escolástica os conceitos fundamentais da lógica e da metafísica aristotélicas, como os termos actus(ενεργéια), potentia (δυναμιζ), species (εíδος, ιδéα), princípio (αρχη), universal (ειδοζ), acidente (συμβεβηχóζ), contingência (ενδεχóμενον), subjectum (υποχειμενον) etc.

Boécio torna-se, assim, uma das fontes exclusivas para o estudo do aristotelismo medieval no Ocidente antes do século 13, considerando que a abstração mental característica das matemáticas é importante para entender a doutrina peripatética dos universais.

O estoicismo: Boécio absorve ainda boa parte do material estoico transmitido à escolástica. As ideias de natureza, de lei natural, de série causal, a problemática estoica sobre a sorte e a providência e, em particular, o conceito de realidade para compreender o mundo corpóreo.

Foi a interpretação naturalista posterior do perípato e o conceito estoico de realidade que levaram a Idade Média a entendê-lo de modo diferente, fazendo de Boécio o representante de uma metafísica “empírica” e adversário de uma metafísica idealista.

Encontramos as influências boecianas em alguns filósofos, teóricos cristãos e musicistas.

Beowulf (sem data/medieval): Poema épico, escrito em língua anglo-saxã e com o emprego de aliteração. Com 3182 linhas, é o poema mais longo do pequeno conjunto da literatura anglo-saxã e um marco da literatura medieval, em que se encontra ecos da filosofia de Boécio.

Geoffrey Chaucer (1343-1400): Escritor, filósofo, cortesão e diplomata inglês. Autor de muitas obras, ficou famoso pela sua obra narrativa inacabada The Canterbury Tales [Os Contos da Cantuária], uma das mais importantes da literatura inglesa medieval.

Dante Alighieri (1265-1321): Escritor, poeta e político italiano. Considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta (“o sumo poeta”). Em um período em que somente os escritos em latim eram valorizados, redigiu o seu grande poema e obra, de viés épico e teológico, La Divina Commedia [A Divina Comédia].

Alfred Tennyson (1809-1892): Poeta inglês, afeito aos temas clássicos mitológicos. Uma das obras mais famosas de Tennyson é Idylls of the King [Os Idílios do Rei] (1885), um conjunto de poemas narrativos baseados nas aventuras do Rei Artur e dos seus Cavaleiros da Távola Redonda, inspirados nas lendas antigas de Thomas Malory.

Tomás de Aquino OP (1225-1274): Padre dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e Doutor da Igreja cognominado Doctor communis ou Doctor angelicus pela Igreja Católica.

É autor de um clássico da história da filosofia e da teologia, a Summa theologiae [A Suma Teológica] (1764), considerado um dos maiores tratados sobre a existência de Deus.

J.R.R. Tolkien (1892-1973): Conhecido como Sir John Ronald Reuel Tolkien, foi um premiado escritor, professor universitário e filólogo britânico, nascido na África, e que recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin, em 1954. É autor de obras como The Hobbit[O Hobbit] (1936), The Lord Of The Rings [O Senhor dos Anéis] (1954 – 1955) e The Silmarillion [O Silmarillion] (1977).

Luigi Dellapiccola (1904-1975): Importante compositor e pianista italiano. A influência de Boécio está presente em alguns fragmentos musicais, sobretudo na segunda parte de sua obra coral Canti di Priogioniade 1938.

Peter Sculthorpe (1929): Compositor australiano da ópera Rites of Passage (1972-1973), também estudioso interessado nas obras de Boécio.

Carlo Forlivesi (1971): Músico italiano que se inspirou em Boécio para compor a peça anônima para alaúde japonês, o biwa, encontrado no seu álbum intitulado Silenziosa Luna (2008).

Fontes de pesquisa

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