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Trigo frankenstein: o glúten que engorda

Alterações feitas no trigo produziram uma planta com 20 vezes mais glúten do que as de nossos antepassados. Conheça os malefícios causados à saúde por essa proteína
Da redação
27/09/19

A polêmica em torno da retirada ou não do glúten da dieta constantemente traz à tona uma mesma pergunta: se o trigo faz parte da nossa alimentação há tanto tempo, qual a razão do glúten ser tão “demonizado” atualmente? Esse questionamento faz todo o sentido quando pensamos no trigo produzido nos dias de hoje.

Quer conhecer os perigos da ingestão desse ingrediente para a saúde? Então acompanhe o artigo a seguir!

Glúten, o que é?

O glúten é uma proteína composta por gliadina e glutenina, e está presente no trigo, no centeio e na cevada. Cabe ressaltar que ao lado do arroz e do milho, o trigo é um dos cereais mais consumidos do mundo. Ou seja, estamos consumindo mais glúten do que deveríamos, já que o mesmo – através do trigo e seus derivados -, é utilizado na fabricação de vários alimentos industrializados.

O problema é que ele é uma proteína de difícil digestão e pode interferir na permeabilidade do intestino. Ou seja, na capacidade dele de interpretar a diferença entre nutrientes e substâncias tóxicas para o nosso organismo.

O problema do glúten atual

Mudanças introduzidas na planta são as grandes culpadas pelos atuais problemas causados pelo glúten. É o que afirma o cardiologista norte-americano William Davis no livro Barriga de Trigo, publicado no Brasil pela Editora Martins Fontes.

Segundo ele, o trigo atual deveria ser evitado, pois a espécie foi modificada demais. Essas alterações vão desde gerar plantas que cresçam para ficar com o tamanho ideal para o trabalho das máquinas colheitadeiras até mudanças nos nutrientes presentes no trigo, entre eles, a aglutinina e a gliadina.

glúten que engorda

O mesmo é dito por Denise Carreiro, nutricionista funcional que atua na área há mais de 20 anos e já escreveu diversos livros, incluindo um específico sobre o tema. Ela também alerta para os riscos do consumo excessivo da proteína e os problemas que ela gera para a saúde. Para Carreiro, a resistência à ingestão da substância é totalmente justificada.

“É verdade que o trigo está presente há muito tempo na nossa cultura, pelo menos há 10.000 anos. Mas, acontece que esse trigo foi sofrendo modificações naturais ao longo do tempo”, explica a nutricionista.

Segundo ela, o cereal se transformou com o tempo de um trigo diploide (que possui dois conjuntos de cromossomos, portanto, o dobro do haploide) inofensivo, para tetraploide e então para hexaploide, que é o mais moderno e já carrega um pouco desse glúten considerado tóxico.

O início da transformação

Nas décadas de 60 e 70 ocorreu uma perda muito grande da cultura de trigo nos EUA e no México em função da infestação de pragas.

Havia a preocupação com uma possível falta de alimentos, já que a população crescia muito rápido. Inclusive, na mesma época, descobriu-se que o glúten era justamente o responsável por um maior rendimento dos alimentos industrializados. Os agricultores começaram então, a aumentar a quantidade de nitrogênio no solo para aumentar a proteína no trigo, aumentando assim o rendimento da planta.

Por conta disso, o trigo que consumimos hoje tem em média 20 vezes mais proteína do que o trigo que se consumia na década de 70. “É esse glúten que é hoje reconhecido e estudado como tendo vários peptídeos, ou seja, frações dessa gliadina, que o nosso organismo não consegue digerir até o final. E proteína mal digerida, para o organismo, é agressor”, completa a nutricionista.

Em sua opinião, portanto, o problema não é estritamente o consumo do trigo ou da sua proteína. E sim o desequilíbrio que pode gerar processos inflamatórios no organismo.

Dieta sem glúten: por que aderir?

Presente em pães, massas, bolos e em uma série de alimentos industrializados, o glúten causa vários prejuízos à saúde. Entre eles, podemos destacar inchaço, problemas de pele, ganho de peso e várias outras enfermidades. Uma alimentação sem essa proteína pode então, proporcionar mais saúde, bem-estar e qualidade de vida ao indivíduo.

Além disso, a dieta sem glúten é especialmente recomendada para portadores da doença celíaca, uma doença autoimune caracterizada pela reação do organismo à substância. Há ainda o grupo de pessoas que possuem intolerância à proteína, que de igual forma também devem evitar o seu consumo.

Sintomas da intolerância

Algumas pessoas possuem dificuldade ou incapacidade de digerir a proteína, ou seja, possuem intolerância ao glúten. Esse problema pode acometer pessoas de qualquer idade e geralmente vem acompanhado de alguns sintomas:

  • Vômito;
  • Diarreia;
  • Dor abdominal
  • Inchaço abominal
  • Dor de cabeça
  • Erupções na pele
  • Cansaço em excesso e palidez.

Caso perceba um ou mais sintomas listados acima após consumir alimentos que contenham a proteína, procure imediatamente um médico. Aproveite também para conhecer a lista de alimentos sem glúten, caso você seja intolerante à proteína.

Quer aprender a fazer receitas deliciosas e livres dessa proteína tão prejudicial à saúde? Então aprenda a fazer massas frescas sem glúten com a especialista em alimentação Renata Monteiro. Online, o curso aborda temas como substituição do ingrediente, como utilizar diferentes farinhas e até mesmo técnicas de preparo de massas livres da proteína.

Assim, você vai aprender diversas receitas de massas frescas, tradicionais e funcionais e vai perceber que aderir à dieta sem glúten não é tão difícil assim.


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